Brasil e Argentina firmando parceria estratégica na luta contra a febre amarela

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O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) anunciou um marco histórico na cooperação entre Brasil e Argentina, ao acordar a transferência de tecnologia para a produção da vacina contra a febre amarela. O acordo, formalizado na última sexta-feira (17), estabelece a partilha dos métodos de produção dessa vacina entre Bio-Manguinhos e laboratórios públicos argentinos, representados pela Administração Nacional de Laboratórios e Institutos de Saúde Dr. Carlos Malbrán (ANLIS).

A Fiocruz, reconhecida como um dos quatro principais produtores mundiais da vacina contra a febre amarela pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desempenha um papel crucial no fornecimento desses imunizantes para países da América Latina, Caribe e África. Esta parceria marca a primeira vez que a Fiocruz compartilhará sua tecnologia com um parceiro internacional.

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, expressou sua satisfação com o acordo, destacando a importância desse passo rumo à cooperação estratégica entre os países: “É a Fiocruz transferindo conhecimento e tecnologia para a produção da vacina de febre amarela para um país irmão e uma instituição centenária como a nossa. Trata-se de uma cooperação Sul-Sul absolutamente estruturante.”

A febre amarela é endêmica tanto no Brasil quanto na Argentina, e a vacinação tornou-se parte integrante do calendário de rotina em ambos os países desde 2002. A colaboração entre Bio-Manguinhos e a Argentina já resultou no fornecimento de mais de 7 milhões de doses da vacina ao país.

O diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, expressou orgulho pela ampliação da colaboração: “Hoje, temos orgulho de poder fazer ainda mais, contribuindo desta vez para que esse país vizinho possa começar sua jornada rumo a sua autonomia em relação a esse imunizante.”

Apesar da formalização do compromisso, a concretização efetiva dependerá da assinatura de um contrato detalhando todas as etapas do processo e o cronograma a ser seguido entre as instituições envolvidas.

A ANLIS Malbrán, fundada em 1893 e ligada ao Ministério da Saúde da Argentina, desempenha um papel vital na pesquisa, produção, diagnóstico e vigilância no país. A transferência de tecnologia ocorrerá no Instituto Nacional de Enfermidades Virais Humanas Dr. Julio Maiztegui, um dos 14 centros e institutos que compõem a ANLIS Malbrán.

O diretor da ANLIS, Pascual Fidelio, enfatizou a importância desse avanço para a Argentina: “É um passo inicial para outras transferências que poderão ocorrer no futuro, tanto no campo das vacinas, como para kits diagnósticos. Em diversos contatos que tivemos com a Fiocruz, essa é a primeira vez que avançamos com as condições para uma transferência desse porte.”

O acordo representa não apenas um marco na cooperação entre as nações sul-americanas, mas também um passo significativo no fortalecimento da capacidade regional de produção de vacinas na América Latina.

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